Vendas D2C: conheça o novo modelo de negócios e como aplicá-lo na sua empresa
Modelos de negócios voltados ao e-commerce seguem em transformação, e o D2C (direct to consumer) desponta como nova tendência em 2022
As vendas B2B (business to business) e B2C (business to consumer) já são conhecidos modelos de negócios. Outra nomenclatura, porém, vem chamando a atenção por oferecer uma nova forma de chegar ao consumidor final. Trata-se do D2C, sigla para “direct to consumer”, ou seja, direto para o consumidor.
Diferente dos modelos anteriores, o D2C elimina os intermediários da venda, como as lojas, permitindo que fabricantes enviem diretamente para o consumidor final. O sistema se popularizou após a multinacional P&G adotar um método de vendas direto para os clientes, com resultados acima do esperado.
Com isso, outros grandes players do mercado passaram a apostar no modelo D2C, reforçando essa nova tendência, que hoje já é utilizada por empresas como a Nike e Apple, além da Natura aqui no Brasil.
Mas o que significa, na prática, o D2C?
O D2C permite que as indústrias atinjam diretamente o consumidor final, criando um novo canal de vendas. Assim, além de contar com lojas e supermercados, os fabricantes também atendem o cliente diretamente, estreitando sua relação e oferecendo uma nova experiência de compra.
Segundo a empresa logística que oferece soluções na nuvem, a Briggs, 30% dos fabricantes questionados previam uma mudança para o D2C em 2021. No Brasil, 40% da indústria passou a vender com esse modelo ainda em 2020, enquanto a projeção para 2021 era que o número chegasse a 50%.
Na prática, isso significa que os fabricantes não precisam direcionar seus pedidos para outros negócios, que só então vão fazer a venda final. Com ferramentas digitais cada vez mais completas e o e-commerce estabelecido como forma de venda, o D2C oferece uma oportunidade para a indústria se aproximar do cliente final.
Como o D2C pode ajudar nas vendas?
Ainda segundo a Briggs, 51% dos consumidores frequentam lojas físicas pois acreditam ser mais rápido. Mas eles estão suscetíveis, entre outras coisas, à falta de estoque. Comprando diretamente do fabricante, as chances do produto estar disponível é maior, e a entrega é feita de forma direta – atendendo a demanda por rapidez.
Além disso, controlar os canais de distribuição permite uma customização que, ao lidar com as lojas, o fabricante não consegue controlar. Uma experiência negativa do consumidor na loja pode afetar o fabricante de forma indireta, enquanto em seus próprios canais, ele tem melhor controle da compra e do que os clientes querem.
Por que adotar o D2C?
Além das vantagens mencionadas acima, o D2C já mostrou que veio para ficar. Uma realidade escancarada pelos últimos anos é que os consumidores buscam experiências personalizadas, e quem não se adequa a isso, acaba ficando para trás.
A venda direta, aliada às ferramentas adequadas, oferecem aos fabricantes um insight sobre seus consumidores que, passando por canais adicionais, pode levar muito tempo para entender. “Quem é meu público-alvo? O que meu consumidor espera?”. Essas são perguntas básicas que toda empresa deve se fazer, mas, ao lidar com venda para outros negócios, talvez não consiga descobrir com tanta precisão ou rapidez.
Um exemplo desse formato no Brasil é a MadeiraMadeira, loja de móveis que atua apenas no e-commerce, e realiza vendas direto do fabricante para o cliente. Nesse vídeo, a empresa comenta sobre a experiência do cliente e como a empresa usa essa relação direta para melhorar suas vendas.
Tendências do D2C
Como tudo que existe no meio digital, o D2C – apesar de ser relativamente novo – também apresenta tendências para os próximos anos. Uma delas, destacada pela Biggs, é a “dark store”. Segundo a empresa, o conceito é de uma área onde o fabricante pode manter esse estoque direto. Assim, é importante pensar em um espaço físico específico para atender ao D2C, que pode ser na própria fábrica, ou em um local separado, como um self storage.
Leia mais: O varejo e o Self Storage
Outra tendência é apostar em segmentos específicos. Multinacionais têm uma gama imensa de produtos – e podem optar por aplicar o D2C em apenas uma vertente, marca ou linha. Para e-commerce menores – ou mesmo quem está pensando em começar a empreender, apostar em apenas um nicho e se especializar nele trará mais expertise e confiança dos clientes.